ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA
LEGISLATURA, EM 28-11-2012.
Aos vinte e oito dias do
mês de novembro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e
quarenta e seis minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores
Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos
Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto,
Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir
Tessaro, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e
Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Maria Celeste,
Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia e Waldir
Canal. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Centésima Primeira,
Centésima Segunda, Centésima Terceira, Centésima Quarta, Centésima Quinta,
Centésima Sexta e Centésima Sétima Sessões Ordinárias. A seguir, foi
aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Sebastião Melo,
solicitando a retirada do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/12
(Processo nº 0911/12) da priorização para a Ordem do Dia da presente Sessão.
Também, foi aprovado o Ofício nº 973/12, do senhor Prefeito, solicitando a
retirada de tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 021/12 (Processo nº
0732/12). Em continuidade, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do
vereador Engenheiro Comassetto, Líder da Bancada do PT, à Emenda nº 02 aposta
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/12 (Processo nº 0911/12). Em
Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/12
(Processo nº 0112/12). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de
Lei do Executivo nº 053/11 (Processo nº 3915/11). Foi aprovada a Emenda nº 01
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 053/11. Foi aprovado o Projeto de Lei
do Executivo nº 053/11. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 076/12 (Processo nº 0942/12), por vinte e oito
votos SIM, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elói
Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir
Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Luiz Braz, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Professor
Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra,
Toni Proença e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado
o Projeto de Lei do Legislativo nº 118/12 (Processo nº 1509/12), por vinte e
oito votos SIM, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elói
Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario
Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Em continuidade, foi apregoada a
Emenda nº 01, de autoria do vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM,
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 209/11 (Processo nº 3813/11). Em Discussão
Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 209/11
(Processo nº 3813/11), após ser discutido pelos vereadores Carlos Todeschini,
Reginaldo Pujol e Elói Guimarães. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 209/11. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 209/11, por vinte e quatro votos SIM, em votação nominal solicitada pelo
vereador João Antonio Dib, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá,
Dr. Goulart, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Reginaldo
Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 078/11 (Processo nº
2163/11), o qual, após ser discutido pelos vereadores Mauro Zacher, Adeli Sell,
João Antonio Dib, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Pedro Ruas e Idenir Cecchim,
teve suspensa sua discussão, em face da inexistência de quórum deliberativo.
Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 078/11, os vereadores
Luiz Braz e Toni Proença cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos
vereadores Beto Moesch e Pedro Ruas. Ainda, o vereador Mauro Zacher afastou-se da
presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Na
oportunidade, foi votado Requerimento de autoria do vereador Mauro Zacher,
solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da discussão do Projeto de Lei do
Legislativo nº 078/11, Requerimento esse que obteve doze votos SIM e três votos
NÃO, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Reginaldo Pujol, Pedro
Ruas, Alceu Brasinha e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo
vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Fernanda
Melchionna, João Antonio Dib, José Freitas, Márcio Bins Ely, Mauro Zacher,
Pedro Ruas, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e Não os vereadores Adeli Sell,
Nelcir Tessaro e Reginaldo Pujol, votação essa declarada nula pelo senhor Presidente,
em face da inexistência de quórum deliberativo. Durante a Sessão, o vereador Sebastião Melo e a vereadora
Sofia Cavedon manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e
trinta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o
senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores
vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Mauro Zacher e Haroldo de Souza e pela vereadora Fernanda Melchionna
e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 15h48min): Havendo quórum passamos à
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Presidente Mauro, eu quero dizer que uma das razões
que me fez aceitar a indicação de Vice-Líder feita pelo Líder João Dib, foi o
fato de o Diretor Luiz Afonso ter concordado com tal indicação.
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Zacher): Teve a anuência do nosso Diretor Legislativo.
Perfeito.
O SR.
SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Mas queria fazer um convite a todos os Vereadores
desta Casa para, amanhã, às 11h, estarem com o Sr. Prefeito, que estará aqui
para entregar o redesenho da máquina pública para a próxima Gestão, e espera
que esta Casa a enfrente ainda dentro desta Legislatura. Então, convido todos
os Vereadores, e já está combinado com o Presidente da Casa.
Segundo, também por orientação do Líder, e já
fazendo aqui a missão de Vice-Líder do Governo, nós estamos pedindo que não
seja votada hoje a Lei das Repots, para que possa ser redesenhada esta
discussão, e também porque as Emendas ainda não foram aprontadas, sendo
possível, talvez, na segunda-feira. Este é o Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que retira da priorização o PLCE nº 004/12. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a retirada de tramitação e arquivamento
do PLE nº 021/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADA.
Apregoo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, de
autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, ao PLCE nº 004/12.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0112/12 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/12, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro e outros, que altera o inc. II do parágrafo único do art.
109 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, permitindo à Caixa Econômica
Federal e ao Fundo de Arrendamento Residencial por ela gerido o recebimento de
benefício fiscal relativo ao Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial
Urbana, nos casos de imóveis relativos a programas habitacionais de interesse
social, mesmo havendo infração não regularizada a qualquer dispositivo legal do
Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Elói
Guimarães: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Dr.
Goulart: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 02-07-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão, em 2ª Sessão, o PELO nº 001/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.) Encerrada a discussão.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3915/11 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 053/11, que
denomina Rua da Inovação Padre Landell de Moura o logradouro público
cadastrado. Com Emenda nº 01.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 28-11-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLE nº
053/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, por
que veio essa Lei para o Plenário? Em função da Emenda? É apenas para orientar,
porque normalmente pelas Comissões se aprova.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Devido ao
art. 81.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Pressa. Sim, o Dr.
Nedel estava com pressa. Está bem.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 053/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o
PLE nº 053/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0942/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/12, de autoria do
Ver. Airto Ferronato, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Adão Alcides Zanandréa.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mauro Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 15-08-12.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão
o PLL nº 076/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 28 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1509/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/12, de autoria do
Ver. Toni Proença, que
concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor Léo Voigt.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 29-10-12.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLL nº 118/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação nominal o PLL nº 118/12. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 28
votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3813/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 209/11, de autoria do
Ver. Carlos Todeschini, que inclui §§ 1º e 2º no art. 1º da Lei nº 11.093, de 27 de
junho de 2011 – que institui, no Município de Porto Alegre, a obrigatoriedade
de instalação de medidores individuais de consumo de gás nas edificações
condominiais, residenciais e comerciais, bem como nas de uso misto, que possuam
centrais de distribuição de gás e dá outras providências –, dispensando do
cumprimento dessa obrigação as edificações existentes e os projetos
protocolados e aprovados até a data de publicação dessa Lei e dando outras
providências.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 22-08-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o
PLL nº 209/11. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLL nº 209/11.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; só para explicar, em
dois minutos, a natureza desse Projeto. Nós aprovamos, há mais de ano, a regra
para que Porto Alegre tenha a obrigatoriedade de instalação de medidores
individuais de gás e água quente. Isso se constituiu numa conquista, num
avanço, com resultados ambientais, econômicos, de justiça social, enfim, de
várias naturezas. No entanto, mesmo tendo assumido o compromisso de que a
medida não abrangeria as edificações antigas, nós, em conjunto, acabamos não
incluindo a Emenda que previa a situação das edificações antigas. Essas poderão
fazê-lo se assim o quiserem, mas não ficam obrigadas pela lei. As novas, sim,
pois já será regra a ser observada no momento da aprovação e do licenciamento
do projeto. Por isso o alerta feito pelo Secovi, que é quem lida com a matéria
e quem deverá cuidar, depois, de mais esse assunto. Há também a insistência do
Ver. Reginaldo Pujol para excetuar as edificações mais antigas, o que fizemos
agora por meio de Projeto de Lei. Trata-se dessa matéria, e tenho certeza de
que o Projeto será aprovado por unanimidade. Ele tem o objetivo de aperfeiçoar,
melhorar e cumprir um acordo que foi feito com as entidades da sociedade civil
porto-alegrense.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Quero cumprimentar V. Exa., que está cumprindo um compromisso que nós
assumimos na Casa de que faríamos essa correção. Eu tenho um Projeto posterior
ao seu, mas o seu tem preferência absoluta, pois vai um pouco além. Ele altera
também o art. 4º, dizendo que “a forma de cálculo do rateio será definido de
acordo com o disposto na convenção do condomínio e/ou legislação federal”. Eu
pergunto a V. Exa. se há algum inconveniente em eu transformar isso numa emenda
para que nós possamos hoje matar esse assunto por inteiro? Obrigado.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Não, em absoluto! Temos acordo, sim. Obrigado. Então, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, é isso. É um Projeto que ajusta, melhora, aperfeiçoa uma lei
por nós já aprovada e que vem ao encontro das necessidades, da vontade da
comunidade e da busca de uma melhor justiça, de uma melhor sustentabilidade e
de uma melhor forma de aplicação da lei para todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 209/11.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero renovar
e enfatizar os cumprimentos ao Vereador-autor do Projeto de Lei, que cumpre,
assim, um compromisso que assumimos perante a Casa quando da votação dessa
matéria e que, por um cochilo na Redação Final, acabou não sendo bem clareada
como agora o é com a nova proposta feita pelo ilustre autor do Projeto
originário e também, agora, do Projeto de Lei que estamos discutindo.
Eu solicitei um aparte ao Vereador para que
possibilitasse e concordasse que nós introduzíssemos uma pequena Emenda, ao que
ele respondeu positivamente. É isso tão somente que me traz à tribuna, um
mecanismo pelo qual possa a nossa digitação, em tempo hábil, trazer a Emenda
antes que se encerre a discussão. No resto, Ver. Todeschini, não nos cabe outra
posição senão a de aplauso a V. Exa., vendo a colocação de que a vontade divina
tarda, mas não falha. Demorou, porque houve uma série de contratempos, mas V.
Exa., com a proposta que trouxe, cumpre integralmente aquilo que foi acordado
na Casa e com os interessados, deixando bem clara essa situação para que não
haja dúvida na aplicação da lei. O grande problema é que nós temos que votar as
coisas aqui com a mais absoluta clareza, às vezes até dizendo o óbvio, mas
dizendo de forma clara, precisa, para que não haja, depois, qualquer tipo de
dúvida quando da aplicação da lei com a possibilidade de alguma outra
interpretação.
V. Exa. vem à tribuna, Ver. Elói? (Pausa.) Então,
obviamente, que eu vou receber do Ver. Elói a complementação dos argumentos que
aqui trouxe, porque, como eu disse inicialmente, além do registro que faço, do
aplauso à iniciativa do Ver. Todeschini, não me caberia outra coisa a fazer
senão assegurar as providências necessárias para a interposição da Emenda, o
que já ocorreu. Por isso, Ver. Todeschini, saio da tribuna, renovo o meu apoio
e aguardarei, após o pronunciamento do Ver. Elói, que possamos votar a matéria.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Apregoo a Emenda nº 01 ao PLL nº 209/11, de autoria
do Ver. Reginaldo Pujol.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir o PLL nº 209/11.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que o Ver. Carlos Todeschini
calibra bem, com essa sua iniciativa, o Projeto anteriormente aprovado. É
importante que se dê esse tratamento porque ele busca estabelecer
aritmeticamente o que efetivamente no condomínio, seja de que ordem for, se
faça a apreciação correta do dispêndio, em última análise, daquilo que se
despende. Então, individualizar os instrumentos que estabelecem o quantitativo
me parece extremamente importante.
Por outro lado, Ver. Carlos Todeschini, a lei tem
que ter esse conteúdo, ou seja, o conteúdo de regrar o futuro, porque muitas
vezes enfrentamos leis que investem no passado e desconstitui situações que
asseguram direitos adquiridos, por exemplo, situações pré-constituídas, já
organizadas. Parece-me que sua lei, Ver. Carlos Todeschini, busca regrar o
futuro. A legislação tem essa essência, deve se projetar para frente, pois
muitas vezes regrar situações no passado significa, até certo ponto, atitudes
autoritárias, que obrigam situações que ocorreram ao abrigo de leis anteriores.
Portanto, parece-me estar bem calibrado que se aplicará a medida ad futurum,
para frente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Fernanda Melchionna assume a presidência
dos trabalhos)
A
SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em votação a Emenda
nº 01 ao PLL nº 209/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLL nº 209/11. (Pausa.) APROVADO por 24 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2163/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/11, de autoria do
Ver. Mauro Zacher, que
proíbe os estabelecimentos que comercializam produtos fumígenos a expô-los ao
público. Com Substitutivo nº 01.
Pareceres :
-
da CCJ. Relator Ver. Adeli Sell: pela existência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto e do Substitutivo nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto e do
Substitutivo nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela rejeição do Projeto e
do Substitutivo nº 01;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Nelcir
Tessaro: pela rejeição do Projeto e do Substitutivo nº 01 (Empatado).
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM, em 26-11-12.
A
SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em discussão o PLL nº 078/11. (Pausa.) O Ver.
Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLL nº 078/11.
(O Ver. Haroldo de Souza assume a
presidência dos trabalhos.)
O SR. MAURO
ZACHER: Colegas Vereadores, primeiro quero registrar que o Projeto está com
Pedido de Urgência, de acordo com o art. 81, tendo sido solicitado pelo Ver.
Nelcir Tessaro e não por este Vereador. Este Projeto tramitava nas Comissões em
período normal para que pudesse ser amplamente debatido, mas o Ver. Nelcir
Tessaro pediu o art. 81, embora já se tenha uma posição contrária ao Projeto.
Então, essa solicitação não partiu deste Vereador. Não cabe a mim aqui discutir
isso, pois é uma prerrogativa do Vereador poder usar o Regimento para pedir
Urgência. Eu não fui contra isso porque acho que esta matéria já poderia ter
sido enfrentada nesta Casa e eu tenho, há muito tempo, acompanhado as votações
de alguns projetos em que os Vereadores propuseram algum tipo de restrição em
relação ao consumo ou a algum tipo de marketing
feito em relação ao cigarro.
Eu quero registrar, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, que as últimas pesquisas que foram feitas com relação a isso pela
OMS ou pelo Ministério da Saúde registram que a Capital gaúcha é a capital com
maior índice de consumo de cigarro. Cabe a nós fazermos uma grande reflexão
sobre isso. É por isso que este Vereador trouxe este Projeto, Ver. José
Freitas.
O meu Projeto restringe os expositores, esses que
estão nas padarias, que estão nos supermercados, nos minimercados, porque a
propaganda já foi proibida há um bom tempo, mas o expositor é uma estratégia de
marketing feito pelas empresas para
que possam ali vender os seus produtos. Eu quero registrar que esses produtos
estão junto justamente com os chocolates, com as balas, de fácil acesso aos
nossos jovens. Eu quero registrar mais uma questão – e aí cabe uma reflexão
deste Plenário –, de que quase 100% das pessoas que consomem cigarro
diariamente são aquelas que iniciaram a fumar antes dos 18 anos. Então, o nosso
esforço é justamente para que as crianças, para que os adolescentes não tenham
visivelmente acesso ao cigarro. Este é o grande objetivo deste Projeto: poder
extinguir, tirar do cenário, do visual dos nossos adolescentes o cigarro, Ver.
Brasinha, porque é aí, naquela idade, Vereador, que há o vício, que há o
desejo, que há a vontade de experimentar. É essa a intenção do Projeto, esse
tem sido o esforço!
Este Vereador nunca foi contra a produção, contra o
consumo; pelo contrário, o Projeto prevê que pode haver expositores em
tabacarias, que são lojas especializadas, que aqueles que são os consumidores
podem ter acesso e consumir. O esforço deste Vereador é justamente nesse
propósito. Nós estamos gastando milhões de reais pelo SUS em tratamento de
doenças oriundas do consumo do cigarro.
Ora, recentemente, o Congresso, o Senado discutia
novamente publicidade em shows
culturais. Mas é justamente lá que os jovens estão! É dos jovens que nós temos
que afastar o cigarro, porque é justamente naquela idade que se cria o vício do
cigarro.
Então, é por isso que este Vereador apresenta este
Projeto. Nós estamos sendo sistematicamente derrotados neste Plenário quando o
quesito é cigarro. Nós não temos maioria em nenhum momento. Eu não tenho dúvida
de que seremos novamente derrotados neste Plenário, mas eu quero dizer, sem
nenhum tipo de constrangimento, aos colegas Vereadores: eu não me importo
nenhum pouco de estar entre aqueles que irão perder nesta tarde de hoje, porque
nós já perdemos tantas e tantas vezes, e é bem possível que iremos, novamente,
perder na tarde de hoje.
O
Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, só há algo que tem que ganhar nesta Casa: tem que ganhar a
coerência, tem que ganhar o espírito de corpo. O resto, se ganha ou se perde, é
uma regra do jogo, faz parte.
Então, eu quero cumprimentar
Vossa Excelência. O seu Projeto tem boas intenções. Sabe V. Exa. que meu voto é
contrário. Por mim, eu proibiria de proibir. Eu acho que temos de deixar de
tratar o consumidor como sendo um bebezinho que precisa ser cuidado...
O
SR. MAURO ZACHER: É que o Projeto restringe, não proíbe...
O Sr.
Reginaldo Pujol: Se olhar bem, isso é uma proibição, mas V. Exa.
tem todo o direito de fazer o aparte e, mais do que isso, de fazer o
pronunciamento que está fazendo. Meus cumprimentos.
O SR. MAURO
ZACHER: Perfeito. Agradeço o bom debate sempre muito pontual do Ver. Reginaldo
Pujol.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há muitos anos,
Vereador, aqui nesta Casa, mais precisamente no ano de 1988, tive um Projeto
proibindo propaganda de cigarros em cartazes e em outdoors, e ele foi derrotado, teve apenas três votos a favor. E,
muitos anos depois, isso foi proibido por lei federal. Eu voto com V. Exa., eu
voto a favor, acompanhando suas razões. Acho que a propaganda de cigarro é
nociva particularmente para crianças e adolescentes. Então, meus parabéns pelo
Projeto.
O SR. MAURO
ZACHER: Muito obrigado, Ver. Pedro Ruas.
O Sr. Dr.
Goulart: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, quero
parabenizá-lo, porque qualquer ação contra o cigarro é um benefício para
humanidade. Só quem frequentou enfermarias de pneumologia para saber isso. Não
é só o pavor do câncer, que é uma tragédia, porque quem fuma acaba
desenvolvendo câncer quanto mais tempo viver: é o problema do enfisema
pulmonar, é uma vida sem qualidade em cima de uma cama com tubo de oxigênio.
Então, qualquer manifestação – e essa sua foi muito inteligente – vem ao
encontro do que os médicos de todo o mundo devem fazer: contra o cigarro e
contra o fumo.
O SR. MAURO
ZACHER: Muito obrigado, Ver. Dr. Goulart.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador-Presidente, Mauro Zacher, realmente, quando o senhor fala do vício do
cigarro, eu estou com o senhor, porque eu acho uma vergonha quando um cidadão,
ao parar de fumar, joga o toco no chão ou pisa em cima. Eu fico envergonhado
por ele também, porque há um detalhe: ele está sujando a Cidade. Quando aparece
um Projeto que ajuda a conter o cigarro, contem comigo sempre.
O SR. MAURO
ZACHER: Eu agradeço, Ver. Brasinha.
Eu queria trazer mais um dado, se o Presidente me
permitir alguns segundos, só pela questão dos apartes, Ver Haroldo, para
registrar, mais uma vez, dois dados: primeiro, que somos a capital com o maior
nível de consumo de cigarros. Chega a ser o dobro da média nacional! É algo que
está muito enraizado na cultura do gaúcho. E a segunda questão: mais de cem mil
jovens diariamente começam a fumar no mundo, e 80% desses jovens são de países
em desenvolvimento. Isso merece uma atenção nossa, merece políticas públicas,
merece políticas de restrição, porque esse é um grande desafio que a nossa
capital tem pela frente. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLL nº 078/11.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores, telespectadores, eu quero dizer ao Presidente
Mauro Zacher que não se trata de vencedores e perdedores neste debate,
trata-se, fundamentalmente, de colocar a discussão como ela tem que ser feita.
Evidentemente, todos nós temos aí uma grande preocupação com a Saúde pública,
isso é inegável, sempre deixamos isso muito claro. Eu fiz um argumentário, na
minha Comissão, tentando mostrar que o que vai acontecer é exatamente o oposto,
muito mais prejudicial do que o Ver. Mauro quer. Gostaria que me ouvissem.
Se nós não deixarmos o comerciante, em qualquer
equipamento que seja, mostrar o produto – e esse produto já tem os
contraceptivos, que é a chamada do Ministério, mostrando que o cigarro faz mal,
inclusive com fotos; então, a pessoa já vai saber o que está comprando –, se
esse produto estiver escondido debaixo do balcão, qual o controle
fitossanitário que a Secretaria Municipal da Saúde e a Vigilância Sanitária
terão? Nenhum, absolutamente nenhum – está escondido, não é para mostrar. Tem
mais: é muito mais fácil esconder cigarro paraguaio, pirateado, embaixo do
balcão. “Eu preciso de um cigarro”. Quando ele chega no mostruário, meus
colegas, senhoras e senhores, ele vai dizer “eu quero este cigarro”. Ah! Vão
dizer que nós estamos fazendo campanha para a Souza Cruz, seja lá para quem
for. Não, nós não estamos fazendo campanha, porque não pode fazer publicidade,
mas a plantação de fumo e a produção de cigarro, isso é algo lícito neste País.
É lícito!
Fazem-se campanhas, e eu também faço campanha, mas
nós precisamos garantir que o Rio Grande do Sul... É um Estado que faz loas de
que tem fiscalização, de que tem as pessoas mais conscientes do mundo, mas nós
consumimos 25% de cigarros contrabandeados, pirateados, que não pagam impostos,
esses, sim, maléficos, porque vêm cheios de drogas e porcarias do Paraguai.
Essa que é a discussão verdadeira. Se nós tirarmos do expositor, vão ser
vendidas exatamente essas drogas, e não um cigarro que tem controle da Anvisa,
que tem controle da Secretaria da Fazenda, que tem o IPI do Governo Federal,
que tem o ICMS.
Imaginem, senhores e senhoras, se nós tivéssemos na
prateleira esses 25% de cigarros falsificados, contrabandeados, em outra
situação, que é a situação da legalidade, que tivessem sido produzidos pelos
agricultores do Vale do Rio Pardo, de Santa Cruz, das biroscas do Rio Grande do
Sul. Se nós não produzirmos o tabaco aqui, Cuba vai produzir muito mais; se nós
não produzirmos o tabaco aqui, o Leste, a Indonésia, eles vão produzir tanto
quanto ou mais. Nós já tivemos aqui cigarros contrabandeados da China, feitos
em subsolo e nas condições mais precárias possíveis. Não se trata aqui de
propaganda ou de publicidade de cigarros, mas do direito de as pessoas exporem
o seu produto. Se formos a uma quitanda... Os mais inteligentes daqui usam
aquele modelito francês de exposição de frutas colocando-as de cima para baixo,
bem colocadas, bem visíveis, não é assim que se faz? É um direito que as
pessoas têm. O trambiqueiro, não: ele junta um monte de frutas, amarra num
negócio meio fechado, colocando as podres embaixo. É assim que funciona o
péssimo comércio, é assim que funciona a trambicagem neste país. Não, nós
queremos cigarros lícitos. Não está proibida a venda de cigarros. “Ah, colocar
bitucas de cigarros na rua.” Mas, gente, vamos ao Mercado Público, onde as
pessoas podem fumar na parte externa, tem uma bituqueira, um equipamento para
colocar a bituca de cigarros. Quero aproveitar aqui a base do Governo, já dei o
recado inclusive para o Omar Ferri Júnior para colocar as bituqueiras em
lugares mais específicos ali no Mercado Público, que é um espaço público
interessante, porque ali se começa um processo de educação. Quem sabe se a
gente faz isso aqui na Câmara, coloca uma bituqueira na entrada, outra na saída
da garagem, e a outra onde os fumantes vão estar.
Nós não vamos diminuir com isso a venda de
cigarros, muito pelo contrário. Estão vendendo, sim, Ver. João Dib, cigarros pirateados,
falsificados, na Av. Borges de Medeiros, na Rodoviária. O Rubem Berta, Ver.ª
Fernanda Melchionna, está tomado de cigarro contrabandeado, falsificado. E não
é só de cigarro, há o problema dos óculos também. Vamos fazer um debate sobre
os óculos. Então tirem os óculos chineses pirateados do expositor da banca de
camelô, escondem embaixo. É assim que eles fazem. Vem do Paraguai, vai a
Cascavel, na rodoviária; da rodoviária de Cascavel, vem para Chapecó, para
Caxias do Sul, eu sei a rota, eu estudo esse negócio há muito tempo. Os
ilícitos, o contrabando, a falsificação, a pirataria faz parte do tripé da
contravenção e do ilícito, do narcotráfico e do tráfico de armas. Às vezes,
fazem escambo entre si.
Nós queremos produtos lícitos vendidos legalmente,
inclusive dizendo que tipo de produto está sendo exposto, qual é a condição que
tem, qual é a condição fitossanitária. Está lá escrito, o Ministério da Saúde
adverte que faz mal para a saúde, e assim sucessivamente. Nós temos, sim, que
fazer campanhas para que a gente diminua o consumo de álcool, para beber
moderadamente, para que a gente deixe de comer tanto doce – não é, Ver. João
Antonio Dib? –, porque doce faz mal. Mas quem é que vai deixar de expor as
balas no baleiro? O chocolate não fica ali ao lado do caixa, não é uma
tentação? “Ah, não.” O doce faz mal para a saúde, vamos tirar as balas e os
chocolates de cima do balcão ao lado do caixa. Aí põem um chocolate vagabundo
de quinta categoria embaixo, o sujeito não sabe, e “me dá um chocolate daqueles
que eu não posso comprar”.
Aí o sujeito pega aquele chocolate de quinta
categoria, cheio de açúcar, cheio de porcaria e o vende como se fosse um
produto maravilhoso. Não, tem que ter a marca para quem comprar saber o que
está comprando. Nós temos que ter essas opções, é isso que conta, não se trata
de vencidos e vencedores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLL nº 078/11.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Meu caro Presidente, meu amigo Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras,
Srs. Vereadores; meus senhores e minhas senhoras; essa história brasileira de
resolver tudo por lei parece ser brincadeira, e eu acho que é brincadeira. Os
americanos, na década de 1920, no século passado, fizeram a Lei Seca. Deixaram
de beber? Não, beberam bebidas piores e proporcionaram oportunidades a muitos
gângsteres. Agora, eu já fui um fumante contumaz, eu já fumei cachimbo, charuto
– fazia isso o dia inteiro –, cigarro, cigarro de palha, tudo isso eu já fumei,
inclusive narguilé, da maneira que os árabes fumam. Agora, eu não entendi como
é que eu vou comprar um cachimbo, se eu não vejo o cachimbo; como é que eu vou
comprar charuto, se eu não vejo os tipos diferentes que ali estão apresentados.
Serão escondidos? Mas isso não interessa, o que me interessa é Lei Orgânica, é
Regimento Interno, e eu não vejo, neste Projeto que está sendo votado pelo art.
81, um Parecer que fosse favorável. Três Comissões se manifestaram
contrariamente: a Comissão de Justiça encontrou óbices, que estão certos – como
é que eu vou interferir na área comercial? Não existe, só aqui em Porto Alegre
e nos Municípios; a Comissão de Finanças encontrou óbices pela rejeição; a
CUTHAB também foi pela rejeição, mas empatou.
Então, não tem um Parecer favorável, e nós estamos
votando pelo art. 81. Nós vamos resolver o problema dos fumantes? Não. Eu,
agora, já não fumo como fumei no passado. Quando eu entrei na Câmara, era
possível fumar aqui no Plenário, charuto. Muito charuto fumei no Plenário,
agora, não posso mais. Não posso fumar no Plenário, ninguém pode fumar no
Plenário, o que está muito correto...
O Sr. Mauro
Zacher: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para uma questão
de registro, não na discussão do mérito pelos seus argumentos, mas eu gostaria
de registrar que quem pediu o art. 81 não foi este Vereador.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Eu não disse que foi V. Exa., eu disse que está sendo votado sob a égide
do art. 81. Não falei que foi Vossa Excelência.
O Sr. Mauro
Zacher: O.k. Porque como
V. Exa. estava usando isso como argumento, gostaria de dizer que não foi este
Vereador. É prerrogativa de qualquer Vereador pedir urgência na votação,
inclusive aqueles que são contrários ao Projeto.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Não, tudo correto. Eu não disse... Vou dizer que foi... Já que havia
três pareceres contrários, o Vereador entendeu em fazer a solicitação pelo art.
81, para terminar de uma vez por todas com um Projeto que não tem consistência.
Como eu disse, quando eu entrei na Câmara, eu fumava charuto no Plenário e nas
reuniões das Comissões também.
Agora não se faz mais isso; nós somos mais
civilizados até, diria eu. Mas, quando eu entrei na Câmara, se a Comissão de
Justiça dissesse pelo arquivamento, o que equivale a dizer que existe óbice,
que não atende à Lei Orgânica, que não atende à Constituição, terminava ali.
Agora, nós vivemos um outro momento, nós vivemos no
País das leis. Fazem-se mais leis, não interessa depois como serão cumpridas,
não diz como serão fiscalizadas, não diz quem tem a responsabilidade; então nós
ficamos fazendo leis. Fica muito bonitinho dizer: “não se fuma mais, não pode
mais fumar”. Agora, se eu não posso olhar o que eu vou comprar, como vou fechar
as tabacarias distribuídas nesta Cidade? Como vou fazer isso?
Portanto, as campanhas que o Governo faz, as
campanhas que a comunidade faz, que a Saúde faz, para que se deixe de fumar,
são valiosas, mas não atingem os seus objetivos, não há de ser esse tipo de lei
que vai diminuir o uso do fumo, talvez até por ser proibido, por ser escondido,
mais gente passe a fumar, como aconteceu pela Lei Seca nos Estados Unidos.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLL nº 078/11.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, realmente, Ver.
Idenir Cecchim, eu não tenho nada contra o cidadão que fuma. Jamais! Porque eu
tenho a minha esposa que fuma há mais de 20 anos junto comigo, e eu nunca
fumei! Meu pai fumou a vida toda! Só que eu realmente torço muito para que
aconteça igual a São Paulo, Ver. João Antonio Dib. Em São Paulo, as pessoas e o
comércio são educadíssimos, porque, se quiser fumar, vai lá no meio da calçada.
Lá em São Paulo é assim, em São Paulo, em Santo André. Eu admiro. Ninguém é
obrigado a fumar junto com as pessoas, mas acho justo que o cidadão tenha
respeito pelo fumante, e que o fumante tenha um lugar adequado para fumar. As
pessoas que defendem o cigarro... Eu não defendo o cigarro, sou contra o
cigarro, mas também não tenho nada contra quem fume, nada contra. A pessoa que
quiser fumar, tudo bem, fume quantas vezes quiser, mas que fume sozinho, não
junto conosco, porque, realmente, é um problema o cigarro. Se tu chegas a um
restaurante, Ver. Cecchim, e tem gente fumando, para a pessoa que não fuma fica
difícil. Quero dizer que apoio o Projeto do Ver. Zacher. Não sei se vão parar
de fumar, mas o Projeto vai inibir um pouco. Acho que este Projeto vem na hora
certa, e tenho certeza absoluta de que ele, também, vai ajudar a manter a
limpeza na Cidade. Se V. Exa. andar na Cidade olhando quem fuma no carro – eu
tenho filmagem para mostrar, porque ando filmando quem corre muito –, vai ver
que tem gente jogando cigarro pela janela.
Antigamente, Ver. Adeli Sell, eu tinha o costume de
descascar uma bala e jogar o papel fora; não faço mais, nunca mais fiz isso.
Toquei no seu nome, Vereador, pelo respeito que tenho por V. Exa. pelo trabalho
que fez na SMIC, trabalho que até hoje as pessoas lembram como se fosse hoje,
Ver. Adeli. Quando eu e o comentarista e narrador Pedro Ernesto solicitamos a
sua presença lá no Amparo Santa Cruz, o senhor foi imediatamente lá para nos
dar orientação sobre o que nós poderíamos fazer. Então, tenho admiração pelo
senhor, não sou contra as suas ideias, mas vou ficar com a minha convicção.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir
o PLL nº 078/11.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, este é um tema, na
minha opinião, de fundamental importância. O Brasil é hoje um país referência
mundial no combate ao fumo, no combate ao cigarro. Várias iniciativas já foram
tomadas nesse sentido, como, por exemplo, a proibição de propaganda em
televisão, rádio, jornais, revistas, em eventos. Outras iniciativas, como a
obrigatoriedade de informar sobre as doenças causadas pelo cigarro nas
carteiras de cigarro, são avanços do Brasil que precisam ser registrados e
saudados, bem como a proibição, por de lei Federal, de fumar em ambiente
fechado. Pena que essa Casa derrotou o Projeto de Lei de minha autoria, do Ver.
Dr. Thiago e do Ver. Dr. Raul, proibindo o cigarro em ambiente fechado. Que bom
que, logo em seguida, meio ano depois, uma Lei Federal proíbe o cigarro em
ambiente fechado, mostrando que a Câmara teria uma grande oportunidade de
proibir, como em todas as demais Capitais, o cigarro em ambiente fechado.
Aliás, isso também é um exemplo para as crianças e adolescentes. Como é que nós
vamos educar as crianças e adolescentes com propagandas de cigarro e com
cigarros acesos em ambiente fechado. Vários países, inclusive, estão proibindo,
em virtude disso, o cigarro em praças, parques e praias, por ser um exemplo que
tem que ser dado às crianças e adolescentes. Portanto, é uma questão também não
só de Saúde pública, mas de cultura e de educação.
Agora, sou contra a proibição do cigarro, o que
seria um grande exagero. Agora, estimular o cigarro – a propaganda é um
estímulo ao cigarro –, não regular o uso do cigarro, como por exemplo, em
ambientes fechados, isso seria um absurdo, pois já conseguimos avançar em
alguns quesitos. Em todos os países da Comunidade Europeia...
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Beto
Moesch, eu concordo com Vossa Excelência, as campanhas educativas são
excelentes, mas eu pergunto ao autor do Projeto como é que nós teremos
tabacaria? Como é que funcionaria uma tabacaria? Só isso.
O SR. BETO
MOESCH: Aí eu entendo...
O Sr. Mauro
Zacher: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Permita-me, Ver.
João Antonio Dib. Primeiro, eu quero registrar que o Ver. Beto Moesch está
muito certo no seu encaminhamento do seu pronunciamento. Realmente as campanhas
educativas têm diminuído o consumo, têm sido extremamente potenciais e têm
ajudado. O Projeto objetiva tirar do alcance das crianças e adolescentes em
comércios, agora, em tabacarias especializadas, não há problema nenhum, porque
o consumidor, a pessoa já vai lá consciente. Então, o Projeto permite em
tabacarias. Está no Projeto.
O SR. BETO
MOESCH: Vejam que essa proposta do Ver. Mauro Zacher já é uma tendência, vai
virar lei federal em seguida também, gente. Vamos esperar por uma lei federal,
que só vai sair daqui a alguns meses, assim como aconteceu quando esta Casa não
votou a proibição de cigarro em ambiente fechado, e, seis meses depois, saiu
uma lei federal regulando a matéria? Por favor, gente, essa é uma tendência
mundial. Esta Casa não pode ficar esperando que as coisas aconteçam.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. BETO
MOESCH: Há um aparte, Sofia Cavedon, por favor, use o seu tempo regimental. Se
V. Exa. quiser me apartear, faça no microfone.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch,
primeiramente, eu me inscrevo e cedo o tempo para Vossa Excelência.
Mas por meio de lei federal nós estaríamos
perfeitamente corretos, porque, afinal de contas, no art. 22 da nossa
Constituição consta que a competência para legislar sobre relações de comércio
– e isso é uma relação de comércio – dá-se exatamente por meio de lei federal.
Nós não podemos, na verdade, fazer esse regramento que queremos fazer aqui. É a
mesma coisa que nós consentirmos aqui, por exemplo, os projetos autorizativos.
Porque nós estamos fazendo uma legislação, mexendo em uma relação de comércio
que não poderíamos fazer. Então, a lei federal pode, a lei municipal, não!
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto, eu lhe fazia uma pergunta,
eu não o estava provocando. Eu realmente tenho dúvidas sobre o tema, e sabe por
quê? Porque eu acho que temos um grande comércio clandestino que traz uma
carreira de morte, de sangue, por causa cocaína, da maconha, que vem dos outros
países até ao usuário da classe média, e nós não tratamos bem desse tema. Eu
acho que nós temos que debater melhor isso. Eu questionei o Ver. Tessaro para
saber por que ele encurtou o caminho. Acho que nós temos que fazer boas
Plenárias na Comissão de Educação, na Comissão de Saúde, chamar todos os
interessados, inclusive os psicólogos, para nos esclarecer. Porque quando a
gente vê nas gôndolas – não se chamam de gôndolas, mas de expositores –, o
cigarro já está com aquelas imagens da consequência do uso. Então, eu não sei
se escondendo, a gente ajuda ou não. Eu, sinceramente, estou em dúvida, e acho
que o Projeto merecia ser discutido nas Comissões.
O SR. BETO
MOESCH: Perfeito. Eu vou tentar
responder aos questionamentos. Foram bem colocadas as posições do Ver. Luiz
Braz e da Ver.ª Sofia Cavedon. Nós não temos tempo de falar da
constitucionalidade, mas foi a mesma alegação com relação à proibição de
cigarro em ambiente fechado. Ações diretas de inconstitucionalidade foram
ajuizadas contra uma lei estadual de São Paulo e, até hoje, o STF não se
manifestou, ou seja, ela está valendo, e se tu fores a qualquer lugar em São
Paulo, a qualquer um, estará lá a plaqueta de proibição de fumar em ambiente
fechado. Enfim, é algo que funciona muito bem. A mesma coisa ocorre no Paraná e
praticamente em todos os Estados do Brasil; aliás, está faltando aqui no Rio
Grande do Sul.
A mesma coisa com relação a nós não podermos
legislar, e legislamos – e nisso, sim, a Câmara é referência no Brasil – com
relação à poluição eletromagnética, a antena de celular. A alegação das
empresas é de que a telecomunicação é matéria apenas de lei federal. Mas nós
estamos regrando o quê? O uso do solo é municipal. Aqui, com relação ao
cigarro, nós estamos legislando sobre Saúde pública e sobre educação e cultura;
não é sobre propaganda, propaganda é uma questão indireta aqui, é o meio que se
utiliza para prejudicar a educação e a saúde. É isso que está por trás, e aí,
sim, teríamos condições de legislar sobre esse assunto. Aliás, vários
municípios estão fazendo isso.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Beto Moesch
prossegue a sua manifestação de discussão do PLL nº 078/11, a partir deste
momento, por cedência de tempo do Ver. Luiz Braz.
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Luiz Braz e Ver. Elói Guimarães.
O Sr. Dr. Goulart: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Excelência, essa é
uma situação especial e extrema de saúde, qualquer outro acostamento é artificial.
O problema básico é a saúde. E é tão importante a erradicação do fumo para que
os trabalhadores das fazendas de plantação de fumo comecem a trabalhar em
outros locais, em outros affairs. A
simbologia do que está sendo votado já é de uma importância enorme para esta
Casa, pois mostra a luta de frente. Porque o cigarro tem que desaparecer. Vai
ter lei tipo a lei seca dos Estados Unidos, com a bebida? Vai, mas aí são
outros departamentos que têm que resolver o problema de como vai se controlar o
fumo no mercado negro. A simbologia da sua defesa e do seu trabalho é o que
importa neste momento. Abaixo o fumo!
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Dr.
Goulart. Eu quero colocar aqui de uma forma muito clara que não é a intenção
aqui ser contra o fumante, em hipótese alguma, e nem à proibição do cigarro. O objetivo
aqui é não estimular o cigarro através, por exemplo, da liberação do fumo neste
plenário, o que seria um absurdo – e já houve época em que era possível fumar,
e isso é inadmissível, porque afeta a pessoa que não fuma, o fumante passivo –,
e, através da propaganda, que já é proibida... Vejam, nós já temos a proibição
no Brasil há muitos anos. Aliás, nós temos que registrar pontos positivos e
negativos. Essa proibição ocorreu em decorrência duma iniciativa do então
Ministro da Saúde José Serra, que, depois, como Governador de São Paulo,
proibiu a propaganda também em São Paulo. E agora, a Presidente Dilma Rousseff
, através de uma lei federal, agiu em relação à proibição de cigarros em
ambientes fechados. E isto é uma tendência: a propaganda que já é proibida hoje
em rádios, jornais, revistas, TVs e, inclusive, em eventos, será agora – é uma
questão de tempo – proibida nas gôndolas. Embora o cigarro tenha – e que bom
que tenha –, em seu rótulo, as doenças causadas pelo fumo, a pessoa se depara
com o quê? Com Marlboro, enfim, com aquelas marcas de cigarros, e continua a
propaganda. E a criança está lá, o adolescente está lá indo ao barzinho, indo
ao restaurante e vendo aquilo! É isso que se quer proibir, pura e simplesmente.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado,
Ver. Beto. Parabéns, o senhor domina muito bem o tema e, cada vez que o senhor
sobe nessa tribuna, nos dá uma aula.
Ver.ª Sofia, eu concordo com a senhora. O tema é
realmente mais do que polêmico, porque ele trata de saúde, e eu acho que
deveria haver uma discussão maior. Eu acho que as Comissões, talvez, pudessem
abrir essa discussão, com a participação de psicólogos, enfim, nos dando
maiores esclarecimentos. A minha posição, e agradeço pelo aparte, é a de
concordar com o que a Ver.ª Sofia disse.
Eu fiz um exame, um check-up, há duas semanas, Ver. Beto, e eu praticamente não posso
comer mais nada. A comida também está matando!
O SR. BETO
MOESCH: É verdade.
O Sr. DJ
Cassiá: A comida também está matando!
O SR. BETO
MOESCH: Muito agrotóxico.
O Sr. DJ
Cassiá: Fiz um check-up, e eu
praticamente não posso comer mais nada! Então, eu acho que nós temos que nos
aprofundar melhor nessas discussões, até mesmo para não errar, entendeu?
Aprovar uma lei – porque eu não fumo, mas o outro fuma, porque eu como carne e
o outro não, eu tiro o direito... Eu acho que o debate deve ser mais
prolongado. Parabéns pelo tema que o senhor levanta.
O SR. BETO
MOESCH: Obrigado, Ver. DJ Cassiá.
Claro, um Projeto desses não está aí para resolver
os problemas da Cidade, não está aí para isso, é apenas mais um mecanismo que o
Ver. Mauro Zacher propõe para minimizar o problema. O Projeto não veio para
resolver o problema. Aliás, não existe nenhuma lei no mundo que, por si só,
resolve os problemas do mundo. Ele apenas agrega, é um instrumento a mais para
chamar atenção. Vejam, só o fato de estarmos debatendo aqui esse assunto, mesmo
havendo posições favoráveis ou contrárias, já é muito importante para a Cidade.
E concordo, talvez, Ver. Zacher, até pela importância do assunto, para
aproveitar a importância do Projeto, que ele merecesse uma discussão maior. Mas
isso é uma outra questão. Eu só estou aqui mostrando o motivo de ser favorável em
relação ao mérito.
O Sr. Mario
Manfro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Beto
Moesch. Apenas a título de esclarecimento, porque, senão, para quem está nos
ouvindo, parece que o Plenário está dividido entre defensores e críticos do
cigarro. Não! Ninguém aqui está defendendo o cigarro! No meu modo de ver, o
Projeto é bem sucinto: ele proíbe o expositor do cigarro no qual esteja
escrito: “Esse produto faz mal à saúde”. E como uma lanchonete teria que vender
o cigarro? Escondido, embaixo do balcão? Mas é um produto lícito! Então, eu
acho que aí vem a hipocrisia! Se o produto é lícito, ele tem o direito de ser
exposto! Ou se faz com que esse produto seja ilícito e se proíba a venda do
cigarro, ou pelo menos que se permita que o comerciante o exponha! É simples o
Projeto: o Projeto proíbe o expositor do cigarro! E, nesse sentido, eu sou
totalmente contrário ao Projeto, porque no expositor está escrito que aquele
produto faz mal à saúde!
O SR. BETO
MOESCH: O argumento é muito bom, Ver. Mario Manfro, mas se poderia usar a mesma
alegação quanto à proibição da propaganda de cigarro em TV. Então poderia
também ter propaganda na TV! E outra: em bares, em mercearias, por exemplo, é
justamente a propaganda que mais repercute, mesmo tendo ali a frase dizendo que
faz mal à saúde e mesmo as carteiras de cigarros mostrando as respectivas
doenças que o cigarro causa. Então, volto a insistir: não proíbe o cigarro, mas
não promove o cigarro ao mesmo tempo, e se mantém, ou se amplia todo o trabalho
que está sendo feito no Brasil, há muitos anos, de que o cigarro, embora não
seja proibido, tem que ser minimizado, tem que ser combatido. E as pessoas têm
que ser sensibilizadas para não só largar o cigarro, mas também para não afetar
os que não fumam. Essa é a nossa posição. Quero, mais uma
vez, parabenizar a coragem do Ver. Mauro Zacher por propor um Projeto não só
tão importante, mas, como sabíamos, de difícil tramitação e repercussão e, quem
sabe, com mais debates nós possamos chegar a um consenso e não esperar uma lei
federal que está vindo aí. Aliás, no Uruguai, isso já está proibido, na
comunidade econômica europeia já é proibido, em várias cidades e Estados dos
Estados Unidos já é proibido. É uma tendência mundial. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para discutir o PLL nº 078/11. Logo após, continuará o
seu pronunciamento por cedência de tempo do Ver. Toni Proença.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente,
Vereadoras, Vereadores, eu discuto o Projeto de autoria do Ver. Mauro Zacher, e
quero deixar claro, e com o maior respeito que discuto em meu nome pessoal,
numa raridade, pois em quatro anos este é o primeiro Projeto em que eu e a
Ver.ª Fernanda Melchionna votamos diferentemente.
Quero dizer que em
1988, há 24 anos, apresentei nesta Casa um Projeto que proibia cartazes e outdoors – o Ver. Luiz Braz deve lembrar
– que fizessem propaganda de cigarros. Tivemos três votos na Casa e perdi o
Projeto. Vários anos depois, isso se tornou Lei Federal, portanto, em todo o
País era proibida a propaganda, considerada como elemento indutor à
experimentação, ao hábito e ao vício do cigarro entre crianças e adolescentes.
A eliminação da ideia
da experimentação, do hábito e do vício não é uma tarefa simples para qualquer
sociedade, não é! Eu entendo que é um somatório de medidas, e essa medida que o
Ver. Mauro Zacher propõe é uma delas. E ela é relevante, como parte de um todo.
Não é este Projeto, por ele próprio, que vai solucionar o problema. É evidente
que não, mas ele é um tijolo nessa construção. Ele é efetivamente uma medida
que tira da visibilidade, basicamente, Ver. Idenir Cecchim, para crianças e
adolescentes, que é o que importa. Porque o adulto não passa a fumar ou deixa
de fumar em função da propaganda. A propaganda de cigarro no mundo inteiro é
dirigida à criança e ao adolescente. No mundo inteiro! Esse é o público-alvo do
marketing: crianças e adolescentes.
Portanto, nós não
legislamos em função das nossas vidas, é evidente. Eu, lamentavelmente, sou
fumante. Então, não estou legislando aqui em meu interesse. Nós estamos
preocupados, aqui, é com as crianças e com os adolescentes que podem, no
momento da experimentação, chegar ao hábito e, lamentavelmente, ao vício. E
deixar de fumar, nosso sempre Vereador Valdir Fraga, é muito difícil. E o diz
quem já tentou mais de cem vezes! É muito difícil. Então, eu coloco essa medida
do Ver. Mauro Zacher, defendo e votarei a favor como um dos tijolos na
construção de toda uma ideia de combate a um vício que é, inegavelmente,
prejudicial, Ver. Brasinha. Inegavelmente prejudicial. Eu não discuto aqui –
seria uma contradição absoluta e absurda – o direito do fumante. Eu acho que
quem quer fumar, meu futuro Vereador João Derly, que aqui nos ouve, tem todo o
direito, como eu o faço. Nós estamos aqui legislando, Ver. Dr. Goulart, para a
sociedade como um todo. E acho que Porto Alegre pode dar o exemplo, porque a
visibilidade do produto, mesmo com o argumento contrário do Ministério da
Saúde, induz à experimentação, lembra da possibilidade do hábito, e,
lamentavelmente, conclui no vício.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Pedro Ruas. Eu
também não sou favorável ao cigarro, bem como à bebida alcoólica, que leva
milhares de jovens, na estrada, a se matarem e matarem outros. A bebida
alcoólica também é um mal muito grande. Há outras profissões também, não quero
nem citar, que levam o País, as cidades, os bairros, às grandes pobrezas, e todos
estão entendendo do que estou falando. Tudo isso tinha de ser eliminado:
cigarro, bebida alcoólica, droga, maconha, cocaína. Isso tudo leva o ser humano
a essa pobreza enorme que é o Brasil e o mundo.
O SR. PEDRO RUAS : Obrigado, Ver.
Tarciso Flecha Negra. No início dos anos 90 assisti a uma palestra de um
jornalista cubano na Assembleia Legislativa. Ele dizia que a propaganda sempre
existiu; o marketing é uma invenção
norte-americana, do capitalismo, tipicamente. O marketing consegue criar a necessidade. Essa é a diferença entre a
propaganda e o marketing, na visão do
jornalista cubano que ouvi na Assembleia. O marketing
cria a necessidade. A propaganda divulga o produto, o marketing cria a necessidade desse produto. É típico do
capitalismo: a criação de necessidades artificiais. Quando nós combatemos, como
um todo, o marketing de produtos
prejudiciais à saúde ou não necessários, estamos ajudando, em alguma medida, a
sociedade. Todos os vícios são nocivos. Qualquer marketing de vício prejudica a sociedade, qualquer um. Podemos
discutir do ponto de vista orgânico-regimental, colocado pelo Ver. João Antonio
Dib, se isso é uma atribuição do município, do Estado ou da União, isso é uma
discussão séria, não é pouca coisa. Mas aqui estou fixado no mérito, e no mérito
não há como desconhecer que é uma medida – uma das medidas – que contribui para
a diminuição daquilo que é um gigantesco marketing
da indústria e do comércio fumageiro.
Tenho uma observação
a fazer, com o maior respeito, está dentro do Regimento, mas é uma observação,
Ver. Haroldo de Souza, na presidência. Qual é a minha observação? Quando nós
temos o art. 81 utilizado, via de regra, não é obrigatório, ele é solicitado
pelo autor do Projeto ou, em alguns casos, por Vereadores interessados na aprovação
do Projeto. Não é obrigatório que seja assim, mas é praxe, é costume. Este
caso, li com atenção o bem lançado – discordo, mas formalmente ele é bem
adequado – Parecer do Ver. Nelcir Tessaro, que é contra o Projeto e pediu a
votação sob Regime de Urgência. Claro que o Vereador tem direito, não há
questionamento quanto a isso, mas é inusitado, não é comum alguém pedir a
aplicação do art. 81 para votar contra. Eu questiono esse aspecto não como alvo
que prejudique o mérito da discussão e dos argumentos de quem é contra o
Projeto; não é isso, apenas chamo a atenção. Eu também acho que este Projeto
deveria ser votado com maior discussão, com maior debate, mesmo que hoje eu
vote a favor, porque entendo que ele é importante no conjunto, no arcabouço de
medidas contra o marketing do
cigarro. Chamou-me a atenção, Ver. Tessaro, por quem tenho o maior respeito e
consideração, mas é uma tática de plenário, sim. É uma tática para derrotar o
Projeto? Sim, é uma tática. É correta? É correta! Mas quem é a favor do Projeto
pode colocá-la como um dado que não ajuda quem quer uma discussão mais
aprofundada, não auxilia. Porque, evidentemente, o art. 81 aqui não colabora,
ele até prejudica, ele não permite uma avaliação mais adequada. Por isso digo
que é uma tática de plenário, é uma tática para derrotar o Projeto, e eu
respeito porque isso é regimental. Mas para quem acha que o Projeto deve ser
aprovado, e é o meu caso pessoal, quero colocar aqui o tema para os Vereadores
e Vereadoras perceberem que o art. 81 – e o Ver. João Dib reclamava do art. 81,
com razão – foi solicitado pelo ilustre Ver. Nelcir Tessaro – repito, tem todo
o direito –, mas para derrotá-lo. Isso não é proibido.
Isso é uma tática de Plenário, mas quem é a favor tem que perceber isso, e o
Ver. João Dib tem que prestar atenção nisso.
A discussão encurtada
em função da existência do art. 81, sob a égide do qual votaremos, não foi
pedida pelo autor, Vereador-Presidente, não foi pedida por quem quer aprovar o
Projeto: ela foi pedida pelo Ver. Nelcir Tessaro, que quer a rejeição do
Projeto. Este dado é importante, sim. Ele é um dado de reflexão. Nós não
estamos lidando com qualquer coisa: nós estamos lidando com uma das medidas, um
dos Projetos de Lei que fará diferença na saúde da sociedade daqui a 10, 15, 20
ou 30 anos. Então, temos a obrigação, sim, de aprofundarmos o debate, e, na
minha opinião, de aprovarmos o Projeto, mas, fundamentalmente, temos de saber o
que e como estamos votando. Não é apenas o Projeto: é o Substitutivo. Em
segundo lugar, o art. 81 foi pedido por quem quer derrotar o Projeto. Então,
com esses dados e mais a informação que todos têm de que o marketing de qualquer vício não ajuda a sociedade – e o cigarro se
inclui nesses vícios – a exposição do produto é uma forma, sim, de marketing. Nós temos que retirar o art.
81, a urgência, e, se isso não for possível, temos que votar a favor do
Projeto.
O Sr. Toni Proença: V. Exa. permite um
aparte?
O SR. PEDRO RUAS: Com muita honra, e
agradecendo o tempo cedido por V. Exa., cedo-lhe a palavra.
O Sr. Toni Proença: Só no intuito de
colaborar: nós temos um instrumento no Regimento que permite pelo menos ampliar
a discussão e me parece que é isso que este Plenário está querendo muito. O
Ver. Mauro Zacher, autor do Projeto, pode pedir o adiamento da discussão do
Projeto por até cinco Sessões e, durante esse período, poderemos discutir mais
este Projeto.
O SR. PEDRO RUAS: Eu até aconselho o
Ver. Zacher a fazer isso. Acho interessante a ideia do Ver. Toni Proença.
O Sr. Nelcir Tessaro: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pedro Ruas, apenas para esclarecer: só
falta o Projeto passar por uma Comissão. Ele já passou por quatro Comissões. Só
falta uma: a Comissão de Saúde. Ele já passou pelas outras Comissões.
O SR. PEDRO RUAS: Mas, Ver. Tessaro...
O Sr. Nelcir Tessaro: Nesse caso, a
exposição...
O SR. PEDRO RUAS: Eu agradeço a V.
Exa. pelo aparte, mas falta passar por uma Comissão, pela Comissão de Saúde.
Então, falta passar por todas. Falta a Saúde, e a Saúde é tudo! Nós estamos falando
em cigarro, de vício! Como assim “só falta a Saúde”?
A
Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu também defendo que vá para a Comissão
de Educação, Cultura, Esporte e Juventude! Essa Comissão tem que receber este
Projeto como outros...
O SR. PEDRO
RUAS: Com certeza. Este Projeto, também, via Requerimento, Presidente, me
parece que pode ir não só para a Saúde como para a Comissão sugerida pela Ver.ª
Sofia Cavedon. Eu acho que o Ver. Mauro Zacher deveria – minha sugestão de
tribuna – pedir adiamento, e nós encaminharmos para essas Comissões, porque são
pareceres, parece-me, absolutamente imprescindíveis numa votação dessa
natureza. Imprescindíveis!
Agradeço ao Ver. Toni Proença pela colaboração. Sei
que o Ver. Mauro Zacher será sensível. A contribuição da Ver.ª Sofia Cavedon
também é importante. A Comissão de Educação e Juventude tem que ter posição
sobre o tema, sim, claro, porque representa quem será afetado diretamente, quem
poderá pagar a conta de um erro nosso ou ser beneficiado por nosso acerto. Mas
parece-me que o Projeto hoje tem mais chance de ser derrotado do que aprovado,
pelo que vi de disposição aqui na tribuna.
Portanto, concluo, agradecendo a atenção dos
senhores e das senhoras, pedindo que não haja votação no dia de hoje, e
solicitando que haja, sim, parecer da Comissão de Saúde, que haja, sim, análise
e parecer da Comissão de Educação e Juventude, Comissões Temáticas respectivas,
porque, para nós, este é um Projeto da maior relevância, não para o presente,
mas para o futuro de Porto Alegre, com certeza absoluta.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 078/11.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro eu quero
dizer, Ver. Pedro Ruas, que acho que temos que discutir sempre essas matérias
que tratam de saúde. Agora, eu fico aqui me questionando: o cigarro, a
plantação do tabaco, tudo é lícito. Agora, daqui a pouco, nós atravessamos uma
rua ali de Jaguarão ou de Livramento, e ali pode-se comprar maconha no Uruguai,
porque eles produzem e vendem licitamente. Tem alguma coisa mais séria por aí,
Ver. Manfro, do que o cigarro.
Agora, a primeira droga com que a criança e os adolescentes têm contato, inclusive visualmente,
é a cachaça, é o uísque, é a caipirinha, todas essas! E aí? Como é que nós
vamos fazer para esconder isso? A primeira droga com que a criança tem contato
não é o cigarro. Agora, no final de semana, ela não precisa ir ao bar e, se ela
vai ao bar, enxerga uma exposição de uísque, de cachaça, de conhaque, de tudo!
Está ali exposto! Eu não sou fumante, eu posso falar; eu nunca fumei. Nunca
fumei! Mas tomo uma caipirinha, tomo uma dose de uísque, tomo champanhe. Por
quê? Porque nós tivemos contato também; a juventude, a criança não enxerga só o
cigarro, que faz mal para a saúde; elas enxergam todas essas drogas, que fazem
muito mal para a saúde.
No final de semana,
nós assistimos a verdadeiras carnificinas – carnificinas! – no trânsito, na
madrugada; não é pelo expositor de cigarro no restaurante: é pela bebida que
consomem no restaurante. E aí, daqui a pouco, nós temos que começar a proibir a
bebida. A criança vai junto com a sua mãe ao supermercado e atravessa um
corredor todo – e o corredor da bebida é muito bonito, é lindo: da cerveja, dos
uísques, dos conhaques, todos, em todos os corredores do supermercado.
Então, esse
argumento, de estar exposto visualmente para vender, eu não acho muito forte.
Eu acho que nós temos que fazer tudo o que pudermos para impedir que as
crianças, e que nós, os mais velhos, fumemos. Nós temos que fazer tudo para que
se evite o cigarro. Agora, não acho que seja uma medida muito eficaz a de não
deixar o expositor. O bar, a lancheria, os lugares que vendem têm todas as
marcas expostas; senão, vai acontecer o que o Ver. Adeli diz: por baixo do pano
é pior, é muito pior! Por baixo do pano é muito pior. Então, nós temos que
fazer todas as campanhas para que não se fume, alertando para o mal que o
cigarro faz. Agora, não dá para matar o doente porque não tem aspirina para dar
para ele.
A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, eu só queria
fazer um registro, porque, às vezes, acho que o debate
confunde os temas. A propaganda de cigarro é proibida no Brasil; os expositores
não têm propaganda, só comercialização. Na verdade, o Projeto, na prática,
acaba proibindo a comercialização. Se o intuito é tirar da visualização de
crianças, de perto de doces e chocolates, então diga que tem que ficar separado
de doces e chocolates. Mas o art. 1º proíbe, na prática, a comercialização.
Acho que isso é bastante complicado, uma vez que hoje a comercialização cigarro
é legalizada. É um debate, é evidente que faz mal à saúde, tem que ser contra a
propaganda, tem que proibir a propaganda – e já é proibida pela lei brasileira
–, mas, neste caso, eu acho que se equivoca, no ataque, ao Projeto.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Vereadora,
concordamos nessa matéria, de novo.
Eu, há poucos dias,
estive na Turquia, e nós temos uma mania – Ver. João Dib, V. Exa. que é
descendente de libanês, e não é turco – de dizer: “Esse fulano fuma igual a um
turco”. É verdade, fumam muito lá na Turquia, inclusive apanhei um táxi, e o
motorista, quando embarquei, acendeu um cigarro. Perguntamos a ele: “Pode fumar
aqui no táxi? Ele, não entendendo bem o nosso inglês, disse: “Se o senhor não
estiver satisfeito, desça do meu táxi, porque aqui mando eu!” E eu disse: está
bem assim – eu não falo turco! Então, nos entendemos e seguimos viagem assim
mesmo, de janela aberta. Mas o mundo todo está tentando evitar o cigarro,
inclusive lá em Istambul, que talvez seja um dos povos que mais fuma no mundo,
é proibido fumar em recinto fechado. Não é proibido no táxi, mas nos
restaurantes, nos hotéis já é proibido, mas ainda há quartos para fumantes, e é
um direito que o cidadão tem.
Então, neste caso –
claro, é engraçado, porque o Ver. Mauro Zacher ia deixando morrer o projeto aos
poucos, e o Ver. Nelcir Tessaro quis matá-lo de repente –, eu acho que um
meio-termo aí, com mais duas Sessões para discutirmos, vai fazer bem para todos
nós. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MAURO ZACHER (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito o adiamento da discussão do PLL nº 078/11, por cinco
Sessões, para que nós possamos ampliar um pouco mais o debate; ele não passou
pela Comissão mais importante para
este Projeto, que é a de Educação e Juventude. Então, gostaria de apelar aos
Vereadores para que possamos adiar e ampliar a discussão, dando o tempo
necessário para a apreciação deste Plenário.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Mauro
Zacher, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 078/11, por cinco
Sessões. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Zacher.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Srs Vereadores,
eu, há uma hora, propunha aos amigos e às amigas, integrantes desta Casa,
que não discutíssemos a matéria. E ficamos aqui discutindo por mais de uma hora
e, num direito legítimo, agora se constrói o adiamento da discussão da matéria
por cinco Sessões. Imagino que dificilmente esta matéria será votada neste ano
com este adiamento por cinco Sessões, porque ninguém de nós desconhece a
quantidade de matérias importantes que serão encaminhadas no dia de amanhã, e
outras tantas que serão encaminhadas, inclusive no interesse da própria Casa, e
que, evidente, vão ganhar prioridade no exame e na discussão. Por isso, estou
encaminhando a matéria para dizer que sou um homem que nunca titubeia em suas
posições. Eu vou, Ver. Tessaro, votar contra esse adiamento, porque acho que é
uma desconsideração com as pessoas que ficaram aqui até o presente momento, e
só depois de uma hora e meia de discussão, foi lembrado o pedido de adiamento.
Eu tinha um compromisso seriíssimo agora, pois, neste momento, está sendo
julgado, no Tribunal Regional Eleitoral, o recurso de uma multa que me foi aplicada
durante a campanha. Eu deveria ter ido lá fazer a sustentação oral e não fui
para ficar aqui cumprindo com esse dever – e foi inócua a minha presença!
Quero, então, deixar muito claro o seguinte: eu não entendi sequer o que foi
discutido, porque sequer foi discutida aqui a comercialização do cigarro. O
máximo que estamos discutindo é a forma como vai ser vendido o cigarro: se vai
ser vendido, como diz o Ver. Adeli, por debaixo do poncho ou não. Isso será a
alegria dos contrabandistas.
Quero cumprimentar todos aqueles
que trabalharam nesse sentido, porque serão homenageados pelos contrabandistas,
que continuarão vendendo, nas suas sacolinhas, a todo o momento e a toda hora,
enquanto que o comércio estabelecido, que paga imposto, que paga tributo, é impedido
de fazê-lo ao prevalecer essa lei.
Eu quero dizer, com toda
autoridade, que eu acho que o mundo tem que repelir, de uma vez por todas,
especialmente nós, brasileiros, essa mania de querer achar que a nossa
população é composta de coitadinhos, e que nós temos que protegê-los porque não
sabem nem distinguir uma propaganda boa de uma propaganda má. Chega! Chega de
proibir! Olha aqui: o cigarro em excesso faz mal? Faz mal. O açúcar em excesso
faz mal – e não vão mais anunciar o açúcar União? O sal em excesso dá
hipertensão – não vão anunciar mais o sal? Olha, eu acho que o cigarro, e
especialmente da forma como hoje ele é comercializado, é o único produto que
vende pela antipropaganda. A medida que coloca ali que é proibido, que faz mal
por isso e por aquilo, estimula o consumo, e aprendi, quando muito pequeno
ainda, Ver. João Dib, que o fruto proibido é o cobiçado. Então, vão esconder
debaixo da prateleira! E os jovens vão pensar: aquele troço que escondem ali
debaixo deve ser muito bom, porque é escondido e eles vendem até no câmbio
negro, até no mercado paralelo, porque é uma dificuldade para comercializar.
Não, eu quero defender o direito do comerciante estabelecido, que paga imposto,
que paga tributo, que emprega gente, que presta serviço de vender o seu produto
da forma que é possível, divulgando o que vende. Eu não sei como o Ver.
Brasinha iria conseguir vender pneus se ele não anunciasse que vende pneu! Como
é que vai ser, Ver. Brasinha? Como é que vais vender pneus se não anuncias
isso? Aí quem vai vender é o vizinho do Brasinha, aquele que anuncia!
Então, eu quero dizer o seguinte
– e até posso gerar aqui um atrito, porque a essa hora da tarde, depois de
tanta discussão: nós aprovarmos o adiamento, como de fato o será – e é algo que
eu queria registrar, já que estou me despedindo desta Casa e acho que neste
semestre não mais voltarei aqui –, que cinco Sessões, para mim, isso não
existe! Qualquer adiamento, no meu entender, é me tirar dessa responsabilidade
de votar uma matéria que eu considero inócua. Nós estamos fazendo uma enorme
discussão para saber se vai poder anunciar, ou não, na prateleira, que naquele
local se vende cigarro. Não é o direito de vender, não é a possibilidade de
vender ou deixar de vender, de plantar o fumo, de industrializar o fumo, de
fazer o cigarro, de colocá-lo em venda, de botar propaganda na televisão, de
botar propaganda nos mais diversos meios de comunicação. Ver. Tarciso, é
simplesmente que aquela tabelinha não pode ter, num lugar onde inclusive tem
propaganda de chocolate, que consumido em excesso gera obesidade, como a bala,
o sorvete, enfim, toda espécie de propaganda. Agora, o malfadado cigarro, que é
vendido, vai ser vendido, continuará sendo vendido, com o cigarro escondido
debaixo do balcão, porque o resto vai continuar inalterado. Votem, aprovem,
alterem, façam o que quiserem, mas o meu registro ficou dado. Se votasse, e
lamentavelmente não vou votar, votaria contra. Chega de pensar que o consumidor
brasileiro é um coitadinho, que se precisa fazer lei inócua para protegê-lo;
ele saber distinguir numa propaganda o que é bom ou o que é ruim para ele. É
isso aí.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para
encaminhar o Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Zacher, solicitando o
adiamento da discussão por cinco Sessões.
O
SR. PEDRO RUAS: Esclarecendo, de início, que com relação ao
adiamento, eu e a Ver.ª Fernanda Melchionna, temos posição idêntica, até porque
é um direito do autor do Projeto. Agora, eu quero repudiar com veemência, o que
disse o Ver. Pujol, se ele me der atenção, que disse que os contrabandistas iam
ficar felizes com essa posição, Ver. Mauro Zacher. Eu acho que os comerciantes
de cigarro e de outros produtos nocivos à saúde vão ficar felizes com a posição
do Ver. Reginaldo Pujol, e muito felizes, vão até comemorar. Eu acho isso, é o
meu direito. Falei do Ver. Reginaldo Pujol, não falei dos demais, fui
específico.
Então, eu quero dizer o seguinte: é um direito de
qualquer Vereador ou Vereadora requerer o adiamento da votação. Isso é
regimental. Aí o Ver. Reginaldo Pujol vem e diz o seguinte: “Não, mas eu deixei
de estar em tal e tal compromisso”. Mas é um problema do Vereador! Um problema
pessoal do Vereador! Isso aí é irrelevante, com todo o respeito; é irrelevante.
O que V. Exa. deixou de fazer para estar na Sessão é irrelevante! A obrigação
de V. Exa. é estar na Sessão, como de todos nós. A nossa obrigação é estar
aqui! Se V. Exa. tinha outro compromisso, lamento. É totalmente irrelevante,
para esta Casa, os compromissos exteriores de qualquer um de nós. Completamente
irrelevante.
Portanto, se há um pedido de adiamento de um
Vereador, Ver. Pujol, e V. Exa. já pediu adiamento aqui, eu já votei em pedido
de V. Exa., me parece estranho que nós não possamos adiar. Até porque há uma
possibilidade grande de ter parecer da Comissão de Saúde, imprescindível neste
projeto, de ter também, Ver. DJ Cassiá, a posição da Comissão de Educação e
Juventude, imprescindível também num projeto dessa natureza, por isso
obviamente deve ser adiado, além de ser um direito – e o Ver. João Antonio Dib
há de concordar – previsto na Lei Orgânica, do Vereador não pode ser suprimido.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar o Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Zacher, de adiamento da
discussão da matéria por cinco Sessões.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, eu vim apenas
para esclarecer o que o Ver. Reginaldo Pujol estava dizendo.
O Ver. Pujol estava comparando os pneus que vendo
com cigarro. É diferente. Pneu é diferente. Pneu não faz mal para uma pessoa
que está passando com uma criança ao lado. A criança não vai querer pegar o pneu
para andar em cima, por exemplo. Mas o cigarro, Ver. Idenir Cecchim, eu
concordo com o Ver. Mauro Zacher, é um problema sério, porque geralmente as
pessoas que fumam, acabam prejudicando as crianças – tenho um irmão que fuma, a
minha esposa fuma –, e todos começaram aos 12, 13 anos. E nisso V. Exa. tem
razão: o quanto mais se puder inibir a propaganda e dificultar o acesso à
compra do cigarro, melhor será. Eu quero dizer que eu não tenho nada contra
quem fuma. Jamais! Não tenho. Eu simplesmente sou a favor quando aparece um
projeto assim, Ver. Pedro Ruas. Eu concordo, porque o fumante tem que respeitar
os que não fumam e a gente tem que respeitá-lo também, respeitar o seu direito.
Mas quero dizer, Ver. Reginaldo Pujol, novamente:
não confunda pneu com cigarro, pneu é bem diferente! O cigarro, sim, o cigarro
as crianças já levam como brincadeira, porque a pessoa está fumando, acham
bonito, acham um charme estar fumando. Então, eu quero dar os parabéns ao Ver.
Mauro Zacher, eu concordo com o senhor e voto com o senhor. Não voto duas vezes
porque não dá, mas se tiver que adiar por cinco Sessões, sou parceiro para não
votar hoje o Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Zacher, de
adiamento da discussão da matéria por cinco Sessões.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Presidente-Vereador Haroldo Joaquim de Souza; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras; eu concordo com o adiamento até porque, até o fim do ano, não
chegaremos a cinco Sessões normais.
(Aparte antirregimental.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Chegaremos a seis? Está bom. Mas quero deixar bem claro: a proposição do
Presidente foi o adiamento da discussão do Projeto para ouvir as Comissões, e
isso foi o que eu disse que não podia, porque o art. 81 tranca o Projeto aqui;
só se for retirada a solicitação do art. 81, era isso o que eu queria deixar
bem claro. Concordo com cinco Sessões porque não vai ser votado mesmo, e, se
for votado, não vai ter quórum hoje. Mas, de qualquer forma, eu concordo com o
adiamento.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo
Pujol, o Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que solicita o
adiamento da discussão do PLL nº 078/11 por cinco Sessões. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) Nós temos a presença de 17 Vereadores no plenário, não há
quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h36min.)
* * * * *